Há muito tempo não me sentia tão completo e tudo seria perfeito, se não fosse aquela ferida corroendo o lado esquerdo do meu corpo. Ficamos ali meio que abraçados.
Comecei a deslizar suavemente meus dedos por seus cabelos sedosos e, após um tempo, o movimento ritmado havia cumprido seu propósito, senti sua respiração lenta, seus batimentos cardíacos haviam diminuído e ela adormecera profundamente, o corpo relaxado contra o meu.
Tentei me manter imóvel, mas aquela ferida latejava implacavelmente, um pulsar ardente que parecia consumir minha pele de dentro para fora.
A advertência de Alaíde ressoava em minha mente… a dor aumentaria com o passar das horas. E, de fato, cada instante que se esvaía tornava o tormento ainda mais insuportável.
Cerrei os dentes, tentando conter qualquer ruído que pudesse perturbar o sono tranquilo de Maya. O simples ato de tentar me mover fazia a ferida queimar como brasas incandescentes pressionadas contra minha pele. Engoli em seco, buscando ignorar a agonia