MATHIAS
Acordar foi como emergir de um pesadelo interminável. Minha mente estava uma bagunça, como se todas as memórias fossem fragmentos de um filme, e não da minha própria vida. O tempo parecia não fazer sentido.
Eu me lembrava de estar no hospital, de tentar dar a Maya e a Alaíde uma oportunidade de fuga, até ser capturado por aqueles lobos e pela vampira que os acompanhava.
Lembrava das correntes, frias e pesadas, feitas de um material resistente que me impossibilitava de me libertar. Lembrava de ser jogado no chão áspero, exposto ao nascer do sol. E também lembrava da dor.
Meu corpo queimava. Os raios solares rasgavam minha pele como lâminas invisíveis, consumindo-me de dentro para fora. Eu tentava me soltar, tentava reagir, mas tudo o que recebia eram risadas de escárnio daqueles lobos malditos. E da vampira… aquela vampira que me olhava com um sorriso de puro prazer.
Eu me debatia, tentando escapar da dor, mas meu corpo não respondia. O horror daquele momento ainda ecoava em mi