— David... filho, precisa comer, saia um pouco desse quarto e respire ar puro, eu cuido dela — Ana sussurrou próxima, tocou meu ombro e tentou me tirar de perto da cama, impossível acontecer, não deixaria Aurora antes que despertasse.
— Não, Ana, Aurora pode acordar a qualquer momento. Eu… — Meus olhos vazaram, as palavras não se completavam, era difícil gesticular qualquer coisa com o coração sangrando. — Vou ficar…
Ana soltou a ar conformada, sentou-se próxima à porta, abriu seu livro e se distraiu por lá.
Ao lado da porta os ponteiros marcavam dezesseis horas, os minutos, os segundos se arrastavam torturando o tempo, nos torturando. A cada suspiro profundo que Aurora exalava, dando a esperança de que acordaria, de que voltaria para os meus braços, a cada golpe de ar pesado, meu coração acelerava.
Moldei se