Início / Lobisomem / Através da Lua / 6 - Memórias de Luan (parte 1)
6 - Memórias de Luan (parte 1)

* POV de Luan *

Sempre que vejo a Kathryn, sinto uma vontade avassaladora de abraçá-la, se me perguntassem o porquê, diria que é porque tenho sentimentos profundos por ela, mas não é só sentimentos de amor e paixão, é como se algo mais forte me fizesse querer protegê-la de tudo, ela desperta em mim sentimentos que não consigo entender e isso não parece tão simples em só dizer que estou apaixonado por ela, mesmo sendo essa a verdade inegável, eu sou apaixonado por ela desde os meus quatorze anos, quando a vi no colégio pela primeira vez não conseguia desviar meus olhos dela, e não é só porque ela é linda, tudo nela me deixava em profunda admiração, a voz dela é doce, ela sempre era gentil e amigável com todos, mas o sorriso dela, nossa, o sorriso dela é algo indescritível e me deixa sempre em êxtase.

Sempre que estou perto dela sinto seu leve cheiro de morango e chocolate, antes pensava que ela usava um perfume com esse aroma, mas descobri que ela não usa perfume nenhum, claro eu disfarçadamente perguntei para a mãe dela.

A falecida Selene Iffei, mãe da Kathryn, era amiga da minha mãe, logo que me apaixonei pela Kathryn eu e minha mãe encontramos a Selene sozinha no shopping, ela estava comprando um presente às pressas para o aniversário de uma amiga do seu filho Lyall, não perdi a minha chance e perguntei: “Tia Selene, você pode me dizer que perfume a Kathryn usa, tenho que dar um presente e ela estava com um perfume bom esses dias”. Selene nem se deu conta da minha mentira e respondeu: “Querido você deve estar enganado, em casa só o Badar usa perfume, a Kathryn nem tem perfume”. Para corroborar meu disfarce, disse: “Ah deve ser o perfume da amiga dela então, obrigada tia Selene”. Foi então que descobri que esse é o cheiro dela e o cheiro dela deixa meu lobo todo bobo e feliz.

Queria tanto me aproximar da Kathryn, estudávamos na mesma escola, no mesmo ano, mas em salas diferentes, eu não conseguia puxar assunto com ela, minha irmã Ayla sempre achou a Kathryn fascinante, apesar dela também estudar em outra sala, ela sempre conseguia puxar assunto e conversar com a Kathryn, eu tentava me aproximar delas quando elas estavam conversando para entrar na conversa, mas quando sentia o leve cheirinho de morango e chocolate vindo da Kathryn, minha mente ficava em branco, e acabava encarando ela sem perceber, parecendo um lunático.

Ayla me contou que ela ama música e que a tia Selene sempre ia comprar discos de vinil de rock antigo com a ela, pedi para a Ayla perguntar quais eram as bandas e músicas que ela escutava, mas a Ayla se recusou dizendo para eu parar de ser esquisito e conversar com ela, se eu continuasse agindo assim a Kathryn podia achar que eu também tinha algum preconceito mesquinho contra os ômegas igual à Ashina, e pela Deusa eu nunca achei essas classificações de lobo algo relevante, somos todos criaturas incríveis e amadas pela Deusa da Lua, essa magia que circula em nosso sangue não classifica ninguém e é idiotice separar os lobos dessa maneira, conheci lobos de todas as classificações e não existe nenhuma diferença entre nós, mas os alfas tendem a ser muito arrogantes, por isso não tenho amigos alfas.

Conheço a Hala Lorrant desde criança, eu nunca gostei do jeito dela e todos sempre me falavam o quanto ela despreza os ômegas, igual a Ashina e que ambas vivem humilhando os ômegas, o Natsuki já viu ela maltratando a Kathryn e seu amigo Chand algumas vezes, mas sempre que confronto a Hala sobre isso ela nega, sempre tive medo que a Kathryn pensasse que sou igual a Hala e a Ashyna, mas nunca consegui esclarecer isso para ela.

Sempre ficava olhando a Kathryn de longe, durante o intervalo ela sentava no canto superior da arquibancada da quadra de basquete, ela sempre estava dando muita risada com o Chand, confesso que morria de curiosidade de saber o que tanto eles conversavam que era tão divertido, mas vê-la rir tão lindamente sempre me deixava com um sorriso bobo no rosto.

Quando os vi na universidade, os dois estavam rindo atrás das quadras encostados no muro, parecia música, a Kathryn estava rindo tão gostoso que parecia que ia ficar sem ar, mas quando percebi que eles dois estavam escondidos tive uma sensação estranha, provavelmente eles estão tentando se esconder para não sofrerem bullying, isso me deixa mal, mesmo sabendo que eles dois se bastam para a diversão, eles deviam andar de cabeças erguidas, a Kathryn é linda demais e parte da implicância da Ashina e da Hala é inveja da beleza estonteante dela, sei disso porque já ouvi a Ashina falando para suas amigas “Como pode essa ômega vira–lata ser bonita sem nem ao menos se maquiar”.

Sempre me pergunto se a Kathryn sabe o quanto ela é perfeita e linda, me pergunto se ela consegue se ver como eu a vejo.

Continue lendo este livro gratuitamente
Digitalize o código para baixar o App

Capítulos relacionados

Último capítulo

Explore e leia boas novelas gratuitamente
Acesso gratuito a um vasto número de boas novelas no aplicativo BueNovela. Baixe os livros que você gosta e leia em qualquer lugar e a qualquer hora.
Leia livros gratuitamente no aplicativo
Digitalize o código para ler no App