* POV de Luan *
Sempre que vejo a Kathryn, sinto uma vontade avassaladora de abraçá-la, se me perguntassem o porquê, diria que é porque tenho sentimentos profundos por ela, mas não é só sentimentos de amor e paixão, é como se algo mais forte me fizesse querer protegê-la de tudo, ela desperta em mim sentimentos que não consigo entender e isso não parece tão simples em só dizer que estou apaixonado por ela, mesmo sendo essa a verdade inegável, eu sou apaixonado por ela desde os meus quatorze anos, quando a vi no colégio pela primeira vez não conseguia desviar meus olhos dela, e não é só porque ela é linda, tudo nela me deixava em profunda admiração, a voz dela é doce, ela sempre era gentil e amigável com todos, mas o sorriso dela, nossa, o sorriso dela é algo indescritível e me deixa sempre em êxtase.
Sempre que estou perto dela sinto seu leve cheiro de morango e chocolate, antes pensava que ela usava um perfume com esse aroma, mas descobri que ela não usa perfume nenhum, claro eu disfarçadamente perguntei para a mãe dela.
A falecida Selene Iffei, mãe da Kathryn, era amiga da minha mãe, logo que me apaixonei pela Kathryn eu e minha mãe encontramos a Selene sozinha no shopping, ela estava comprando um presente às pressas para o aniversário de uma amiga do seu filho Lyall, não perdi a minha chance e perguntei: “Tia Selene, você pode me dizer que perfume a Kathryn usa, tenho que dar um presente e ela estava com um perfume bom esses dias”. Selene nem se deu conta da minha mentira e respondeu: “Querido você deve estar enganado, em casa só o Badar usa perfume, a Kathryn nem tem perfume”. Para corroborar meu disfarce, disse: “Ah deve ser o perfume da amiga dela então, obrigada tia Selene”. Foi então que descobri que esse é o cheiro dela e o cheiro dela deixa meu lobo todo bobo e feliz.
Queria tanto me aproximar da Kathryn, estudávamos na mesma escola, no mesmo ano, mas em salas diferentes, eu não conseguia puxar assunto com ela, minha irmã Ayla sempre achou a Kathryn fascinante, apesar dela também estudar em outra sala, ela sempre conseguia puxar assunto e conversar com a Kathryn, eu tentava me aproximar delas quando elas estavam conversando para entrar na conversa, mas quando sentia o leve cheirinho de morango e chocolate vindo da Kathryn, minha mente ficava em branco, e acabava encarando ela sem perceber, parecendo um lunático.
Ayla me contou que ela ama música e que a tia Selene sempre ia comprar discos de vinil de rock antigo com a ela, pedi para a Ayla perguntar quais eram as bandas e músicas que ela escutava, mas a Ayla se recusou dizendo para eu parar de ser esquisito e conversar com ela, se eu continuasse agindo assim a Kathryn podia achar que eu também tinha algum preconceito mesquinho contra os ômegas igual à Ashina, e pela Deusa eu nunca achei essas classificações de lobo algo relevante, somos todos criaturas incríveis e amadas pela Deusa da Lua, essa magia que circula em nosso sangue não classifica ninguém e é idiotice separar os lobos dessa maneira, conheci lobos de todas as classificações e não existe nenhuma diferença entre nós, mas os alfas tendem a ser muito arrogantes, por isso não tenho amigos alfas.
Conheço a Hala Lorrant desde criança, eu nunca gostei do jeito dela e todos sempre me falavam o quanto ela despreza os ômegas, igual a Ashina e que ambas vivem humilhando os ômegas, o Natsuki já viu ela maltratando a Kathryn e seu amigo Chand algumas vezes, mas sempre que confronto a Hala sobre isso ela nega, sempre tive medo que a Kathryn pensasse que sou igual a Hala e a Ashyna, mas nunca consegui esclarecer isso para ela.
Sempre ficava olhando a Kathryn de longe, durante o intervalo ela sentava no canto superior da arquibancada da quadra de basquete, ela sempre estava dando muita risada com o Chand, confesso que morria de curiosidade de saber o que tanto eles conversavam que era tão divertido, mas vê-la rir tão lindamente sempre me deixava com um sorriso bobo no rosto.
Quando os vi na universidade, os dois estavam rindo atrás das quadras encostados no muro, parecia música, a Kathryn estava rindo tão gostoso que parecia que ia ficar sem ar, mas quando percebi que eles dois estavam escondidos tive uma sensação estranha, provavelmente eles estão tentando se esconder para não sofrerem bullying, isso me deixa mal, mesmo sabendo que eles dois se bastam para a diversão, eles deviam andar de cabeças erguidas, a Kathryn é linda demais e parte da implicância da Ashina e da Hala é inveja da beleza estonteante dela, sei disso porque já ouvi a Ashina falando para suas amigas “Como pode essa ômega vira–lata ser bonita sem nem ao menos se maquiar”.
Sempre me pergunto se a Kathryn sabe o quanto ela é perfeita e linda, me pergunto se ela consegue se ver como eu a vejo.
Quando tínhamos dezesseis anos, a tia Selene teve que partir para a matilha Lunação para fazer tratamento contra o câncer, pedi para a Ayla falar com a nossa mãe para a Kathryn ficar conosco, não conseguia parar de pensar em como ela estava se sentindo triste e desamparada com toda essa situação, não queria que ela ficasse sozinha na casa dela.Minha mãe pediu para tia Selene deixá-la conosco durante o tratamento, que ela estaria bem alimentada e ela dormiria no quarto da Ayla para ela não ficar se sentindo sozinha. Tia Selene concordou e trouxe a Kathryn para a casa da matilha antes de partir.Nunca vou esquecer a dor nos olhos da Kathryn quando ela viu o carro de seus pais partindo, era uma angústia palpável, queria abraçá-la com força e tirar toda a dor dela. Ela ficou pouco mais de uma semana em nossa casa, consegui me aproximar dela aos poucos. Sempre chamava a Ayla e ela para estudarmos juntos na biblioteca e sentava o mais próximo que podia dela. Sentia como se eu estivesse no
Voltamos com as compras, ajudei a descarregar e levar para dentro da casa, foi a primeira vez que entrei na casa da Kathryn, a casa era realmente encantadora e muito bem decorada, a sala de estar tinha uma lareira grande com a televisão fixada nela, um sofá cinza grande, era conceito aberto, olhando de frente víamos a ilha e a cozinha, atrás da cozinha portas francesas que levavam ao quintal e a direita uma escada que levava ao segundo piso.Guardamos as compramos nos armários e na geladeira, consegui conhecer os gostos dela enquanto comprávamos os mantimentos.Olhei ao redor, mas a Katryn não estava em lugar nenhum, assim que acomodamos todas as compras, Lyall me chamou: “Venha conhecer o segundo andar”. Subi atrás dele e ele foi me explicando: “Aquele primeiro quarto é o meu, mas já quase não fico aqui, esse de frente as escadas são dos meus pais”, ele seguiu pelo corredor e disse “Esse é o quarto daquela coisinha chata” se referindo a Kathryn, ele abriu a porta, mas ela não estava
Depois de algumas semanas a tia Selene faleceu, minha família toda foi ao funeral, quando vi o estado da Kathryn não consegui conter as lagrimas, ela estava pálida, com o rosto encharcado de lagrimas olhando para o caixão de sua mãe sem emitir nenhum som, seu olhar estava tão perdido como se tivessem roubado sua alma, não consegui suportar ver o sofrimento dela, a abracei tão profundamente, afundando a cabeça dela no meu peito, passei o outro braço segurando toda a extensão de suas costas com força e disse: “Kathryn, eu sinto muito, eu sinto muito mesmo”.Ela levantou a cabeça do meu peito, me olhou com tanta dor em meio a lágrimas e me disse: “Tudo que me restou da minha mãe agora são nossas lembranças, nós tínhamos tantos planos e muitas coisas que combinamos de fazer e agora acabou, eu nunca mais vou ouvir a voz dela, nunca mais vou ouvir sua risada, nunca mais vou compartilhar meus dias com ela, nós nunca mais vamos cantar juntas e conversar sobre nossas músicas favoritas, acabou,
Assim que saí da escola naquele dia, fui até a loja, revelei todas as fotos que tiramos juntos, duplicadas, sendo uma cópia para mim e outra para a Katrhryn.No outro dia, cheguei mais cedo na escola e fiquei esperando por ela no portão de entrada, assim que ela chegou, a puxei para o canto ao lado do portão e entreguei o envelope com as fotos que tinha revelado e sem a menor vergonha na cara, falei:“Coloca pelo menos uma foto de nós dois juntos no mural do seu quarto, tá bom?”.A Kathryn me olhou sem entender e com cara de espanto, disse: “Como você sabe do mural de fotos do meu quarto?”.Dei um sorriso largo para ela e respondi: “Esqueceu que fui até sua casa com seu irmão levar os mantimentos para você? Fui com seu irmão até seu quarto para te procurar, você não estava lá, mas vi seu mural de fotos e você não tinha nenhuma foto comigo, achei injusto da sua parte, então resolvi te dar nossas fotos, se até minha irmã pode estar no seu mural, porque eu não estaria nele”.Ela assentiu
Na manhã seguinte a Ayla me acordou bem cedo, e disse que passaríamos na padaria antes de irmos à escola, ela ia comprar uma caixa com seis cup cakes de chocolate, coberto com chantilly e morangos, ela disse que eram os preferidos da Katrhryn, coloquei a caixa com a pulseira dentro da minha mochila e fomos até a padaria, pegamos os cup cakes e seguimos para a escola.Na hora do intervalo, como de costume, Chand e Kathryn sentaram no canto deles na arquibancada, tirei a pulseira da caixa, devolvi a caixa vazia na mochila e fiquei com a pulseira na mão, sabia que a Kathryn não aceitaria um presente, mas o jeito que eu entregaria ela não ia recusar.Aguardei a Ayla chegar no ginásio junto com o Natsuki, assim que eles apareceram, fomos até a arquibancada nos juntar ao Chand e a Kathryn.A Ayla nem deixou a Kathryn abrir a boca, e já foi falando: “Não estamos comemorando nada, só vim aqui dividir essa caixa de cup cakes com vocês”.Assim que a Ayla terminou de falar, me aproximei, peguei
* POV da Kathryn *Após conversar com o Chand e perceber que eu estava pensando demais sobre o abraço caloroso do Luan, decidi não pensar mais sobre isso e focar nos meus estudos.Conforme os dias passavam, o Luan fazia questão de ficar perto, nem nosso cantinho dos excluídos era mais dos excluídos, quando percebemos éramos cinco pessoas em uma rodinha ao lado do muro.Ayla, Luan e Natsuki passaram a sentar conosco nos intervalos.O Chand que só ficava ali para ver os meninos sem camisa, três dias sem o jogo de basquete foi suficiente para ele não aguentar e sussurrou no meu ouvido: “Jesus deve estar achando que sou Jó para testar tanto a minha paciência, bichaaa eles precisam tirar essas camisas para que eu tenha força de vontade para estudar, sério, estou com sintomas de abstinência, olha chego a estar toda tremula, tenho que dar um jeito!”Eu caí na risada, Luan, Ayla e Natsuki sem entender nada, quando o próprio Chand argumentou com os garotos: “Luan e Natsuki vocês não sentem fal
Estávamos tão ansiosos para saber se algumas das oito chaves funcionariam que acordamos uma hora mais cedo para tentarmos abrir o depósito.Às seis e meia da manhã estávamos entrando na universidade, se alguém nos visse pensaria que realmente fazíamos parte da equipe de limpeza dos prédios. Subimos em silêncio para ninguém nos ver.Passei a primeira chave para o Chand, entrou, mas não virou o miolo da fechadura, a segunda chave nem entrou na fechadura, a terceira chave ficou emperrada no meio e tivemos que puxar com força para arrancar, quarta chave entrou, mas novamente não virou o miolo da fechadura, ele coloca a quinta chave, o miolo girou e destrancou a porta.Chand tirou um chaveiro do Hulk do bolso e pendurou a chave, jogando todas as outras chaves inúteis no bolso da frente da mochila.Abrimos a porta devagar, ele tirou uma lanterna da mochila e procurou um interruptor de luz na parede que encontrou perto da porta.O depósito tinha uns trinta metros quadrados, sendo ele utiliza
Entramos todos juntos na recepção da diretoria, Ayla educadamente pede para falar com o diretor, a secretária imediatamente anunciou pelo telefone quem estava na recepção aguardando uma reunião para falar com o diretor, nem fiquei impressionada, os Moonroe conseguiriam a assinatura do diretor sem nem precisar argumentar.Em menos de dois minutos fomos recebidos pelo diretor com um largo sorriso e muito entusiasmo.Nós cinco entramos na sala, ficamos todos em pé lado a lado, mas só o Luan falou: “Diretor Randall, bom dia! Trouxe uma solicitação de inscrição para nosso novo clube, precisamos da sua assinatura e autorização para iniciar nossas atividades com urgência”.O diretor olhou para cada um de nós e disse: “Sr. Moonroe, infelizmente não temos mais nenhuma sala disponível para novos clubes, tenho certeza que podemos arrumar vaga para você em um clube já cadastrado”.O Luan já tinha antecipado que o diretor falaria algo assim e respondeu de forma enfática: “Diretor Randall, infelizm