5 - Um abraço

Chand passa a primeira aula me encarando querendo saber por que o príncipe Moonroe, que é como ele se refere ao Luan, estava cheio de cuidados comigo.

Nunca contei ao Chand que quando minha mãe foi para a Matilha Lunação fazer o tratamento de câncer ela me deixou na casa da matilha aos cuidados da Sra. Amaris Moonroe, meu irmão já morava lá e a Sra. Amaris por incrível que pareça era amiga da minha mãe, eu estava com dezesseis anos e meus pais ficaram preocupados em me deixar sozinha em casa.

A Sra. Amaris insistiu que eu ficasse lá, o Luan e a Ayla eram quem conversavam comigo, às vezes fazíamos os deveres de casa ou estudávamos juntos. Consegui ficar apenas alguns dias lá, porque a Ashina começou a me perturbar tanto que não me sentia bem em ficar morando com eles.

Pedi para a Sra. Amaris me deixar voltar para minha casa, ela fazia o Luan me levar algumas refeições e pediu para ligar para ela ou para o Luan caso eu precisasse de algo, meu irmão comprava mantimentos e eu mesma fazia comida e cuidava da minha casa, nunca precisei ligar para eles.

Foram os momentos mais difíceis da minha vida, no fundo do meu ser, sabia que minha mãe não iria se curar, ela realmente tentou por alguns meses o tratamento longe de casa, mas voltou sem ter resultados e acabou morrendo dois meses depois.

A família Moonroe foi ao funeral, menos a Ashina claro, mas até o Alfa Lucian foi por meu irmão ser seu beta. Eu estava tão transtornada que mal me lembro como foi, só lembro que o Luan ficou um longo tempo me abraçando e tentando me consolar. Depois do funeral, não tive mais tanto contato com o Luan, ele ainda me cumprimenta, já faz um ano que perdi minha mãe, ainda sinto muita falta dela, ela era tudo para mim, conversávamos sobre tudo, cantávamos e compartilhávamos tudo, nunca me imaginei sem ela e ainda parece mentira que ela se foi.

Quando percebo onde meus pensamentos me levaram, estou no meio da aula com o rosto encharcado de lágrimas, abaixo a cabeça tentando disfarçar, mas o professor de Moda e Mercado já me viu e pergunta se estou me sentindo mal, mesmo eu negando com a cabeça, ele fala que tudo bem eu ir beber uma água e voltar quando estiver me sentindo um pouco melhor.

Resolvo ir até o banheiro ver qual é minha aparência para que incomodasse o professor. Ao me olhar no espelho, percebo que já estou melhor. Saio do banheiro e dou de cara com o Luan me olhando preocupado e me analisando:

“Você está bem?”. Confesso que toda essa atenção do Luan é legal, mas tenho medo de que as garotas que gostam dele me despedacem só por dirigir a palavra a ele, respondo com sinceridade:

“Sim, eu estou bem! Esses dias tenho sentido falta da minha mãe e às vezes me sinto um pouco triste, mas eu estou bem”.

De repente Luan me dá um abraço, com uma de suas mãos ele segura minha cabeça em seu peito e a outra mão ele segura minhas costas, fico paralisada com o abraço repentino, minha mente viaja ao sentir o calor do corpo dele no meu, eu também quero abraça-lo, também quero segurar as costas dele com meus braços, mas minha mente me deixa completamente travada e me perguntando por que esse homem lindo esta me abraçando, depois de um tempo consigo entender que ele está com pena de mim por causa da minha mãe, e falo:

“Luan está tudo bem, é normal sentir saudades, você também sente do seu pai”.

Ele levanta meu queixo com a mão que segurava minha cabeça e fica me olhando por um tempo, antes de dizer: “Sim, eu sinto, mas eu sei que está difícil para você, seu irmão me contou que vocês duas eram inseparáveis”.

Minhas lágrimas começam a escorrer novamente, mas que droga chorar na frente dele, ele volta a segurar minha cabeça encostando-a novamente em seu peito e alisando minhas costas com suas mãos suavemente.

Percebo que devo parecer infantil aos olhos dele sentindo falta da minha mãe, para ele estar fazendo carinho nas minhas costas e me segurando dessa maneira.

Ficamos assim por um tempo até o sinal da próxima aula tocar, ele me solta, dizendo: “Me procura quando ficar triste, eu vou te procurar também quando eu precisar desabafar”.

Estou tão chocada que só respondo: “Ok”, volto para a minha aula sem saber o que exatamente aconteceu, fico calada o resto da aula, mesmo o Chand tentando me fazer falar.

Tenho que contar para o Chand o que aconteceu naquela hora em que estive fora da sala, então puxo ele para o mesmo lugar de ontem, nosso novo canto atrás das quadras e conto sobre o abraço do príncipe Moonroe.

Chand completamente chocado, me solta um berro: “Bichaaa que invejaaa!!!! Mesmo se eu estivesse em um estado miserável e chorando, eu com certeza aproveitava e agarrava ele pela bunda”.

Não sei se dou risada ou um tapa nele, mas mesmo assim pergunto: “Chand você acha que ele me abraçou por que sentiu dó de mim?

Chand sem nem pensar, fala: “Kathryn não tenho a menor ideia se foi por dó ou por desejo sexual, mas só me fala que você aproveitou essa oportunidade e pelo menos alisou o peitoral dele!”.

Pelo amor da Deusa, conversar com o Chand ou uma cadela no cio é a mesma coisa, então pergunto: “Chand você consegue pensar comigo, por favor?”.

Chand baixa o olhar e responde: “Amiga, é uma ilusão pensar que tem outro motivo que não seja compaixão, mesmo que seja outra coisa, como você vai aguentar a fúria da Hala e suas seguidoras babacas, todo mundo sabe que a Hala é louca de amor pelo Luan, se você ousar se meter nisso, é pedir para sofrer mais do que já sofremos”.

Percebo agora que ele tem toda a razão, por isso ele estava brincando com a situação, para que eu não pensasse muito sobre os motivos que levaram o Luan me abraçar, e na verdade, o que o Luan Moonroe, um alfa, ia querer comigo, a ômega desprezada, o Chand tem razão, não tem porque pensar muito sobre isso.

Sigue leyendo este libro gratis
Escanea el código para descargar la APP

Capítulos relacionados

Último capítulo

Explora y lee buenas novelas sin costo
Miles de novelas gratis en BueNovela. ¡Descarga y lee en cualquier momento!
Lee libros gratis en la app
Escanea el código para leer en la APP