Eduardo estava atrasado. A manhã já avançava e o relógio parecia zombar dele com cada segundo que passava. No prédio, o elevador insistia em não funcionar, deixando-o refém das escadas apertadas e mal iluminadas. Irritado, decidiu descer o mais rápido que pôde, pensando no café que havia esquecido em casa e no trânsito que enfrentaria até o trabalho.
No meio da descida, numa curva estreita do corredor, seu corpo colidiu com uma mulher que carregava uma caixa volumosa. O impacto foi suficiente para que a caneca de café que ela segurava tombasse, espalhando o líquido quente e escuro pela camisa branca impecável de Eduardo.
— Que droga! — ele exclamou, olhando para a mancha que parecia ter surgido para arruinar seu dia.
Ela ergueu os olhos, mostrando um sorriso atrevido que só aumentava a irritação dele.
— Ops! Foi mal, não te vi — disse ela, sem demonstrar nenhum remorso.
Eduardo sentiu a raiva crescer rápido, como se fosse um fogo prestes a explodir.
— Não me viu? Claro, com tant