Narrado por Gabriel
Eu nunca imaginei que poderia sentir tanta paz depois de tantos anos de incerteza. Estávamos todos no meu apartamento naquela noite, um espaço que aos poucos se tornava nosso refúgio — um lugar onde amizade, amor e esperança se entrelaçavam.
Clara, animada, brincava com Camila enquanto arrumávamos as últimas coisas para a despedida do dia. Ela logo contou que iria passar a noite no flat do Lucca, para não ficar sozinha, e eu olhei para Camila, sentindo um aperto no peito.
— Cami — chamei baixinho —, que tal você dormir aqui comigo hoje?
Ela me olhou com aquele sorriso que tem o poder de derreter qualquer medo.
— Adoraria — respondeu, com a voz macia.
Clara, sempre a brincalhona, cutucou a gente:
— Acho que a Camila devia se mudar de vez pra cá, hein?
Lucca riu, sentado no sofá ao lado:
— Melhor ainda se a Clara for morar comigo também.
Clara corou, meio sem jeito, mas não escondeu a felicidade de ser tão querida.
Eu, por dentro, estava atordoado. Tinha medo de me