Narrado em terceira pessoa
O apartamento de Gabriel estava silencioso, envolvido por uma penumbra suave, enquanto a cidade lá fora começava a desacelerar. Camila estava deitada no sofá, com os pés cruzados no colo dele, o notebook no chão, e uma taça de vinho nas mãos. Riam de algo que ela tinha dito minutos antes, e o riso natural entre eles ia se transformando lentamente em olhares mais intensos, em toques demorados.
— Sabe que eu adoro quando você ri assim? — ele disse, acariciando seu tornozelo com os dedos.
— Assim como? — ela provocou, com um sorriso torto, inclinando-se devagar até se aproximar do rosto dele.
— Como se nada no mundo pudesse te impedir de ser leve. Livre. Linda.
Ela o beijou antes que ele pudesse dizer mais qualquer coisa. Um beijo demorado, cheio de vontade, daqueles que começam suaves, mas que carregam uma fome antiga e urgente. Gabriel a puxou para o colo, e o corpo de Camila se encaixou ao dele com facilidade, como se já se conhecessem naquela linguagem muda