Narrado por Camila
Montamos o plano como quem prepara um campo de batalha. Cada detalhe, cada movimento, foi calculado com precisão. Era arriscado, mas a gente não podia mais deixar Daniel continuar com suas manipulações, com seus jogos sujos e sua obsessão. Precisávamos de provas, e a única forma de conseguir seria dando a ele exatamente o que ele queria: uma brecha.
Eu seria a isca.
O galpão dos fundos da casa de campo se tornou o palco perfeito para o desfecho dessa trama doentia. Era lá que tudo começou — onde ele invadiu minha intimidade ao filmar sem consentimento — e seria lá que tudo acabaria.
As câmeras foram posicionadas por Lucca e Caio. Pequenas, discretas, com imagem e som de alta qualidade. Estavam escondidas entre objetos esquecidos, empilhadas nas prateleiras, encaixadas no interior de uma velha luminária e até sob a bancada de madeira. A porta do galpão ficaria entreaberta. A luz, acesa.
Daniel acreditaria que era sua chance de se aproximar novamente. E como sempre, e