— Capítulo 11 —
O salão dos Altoviti parecia ter encontrado um fôlego novo depois da chegada tardia dos Tornabuoni. As velas altas derramavam luz constante sobre cristais e sedas; a orquestra, aquecida, deixara as valsas leves e passara a notas mais longas, violinos que atravessavam as conversas como fios de prata.
Pequenos grupos se formavam e se dissolviam entre as colunas espelhadas: os banqueiros em volta de Bellini, os políticos gravitantes de Mancini, as damas devotas das irmãs Spinelli — e agora, inevitavelmente, uma órbita se fechava em torno de Roberto Tornabuoni e sua família. Era como se todos quisessem testemunhar o encontro que até então só existira nos boatos.
Arthur movia-se pelo salão no compasso exato de sempre: não se demorava demais, não passava rápido demais. Cada frase era cimento social, cada gesto, medida de caráter. Quando a corrente do fluxo o levou até Roberto, não houve choque, mas ajuste natural de rota.
Ainda assim, os olhares se estreitaram: damas cochi