Ava Narrando
Depois de tudo, ele só encostou os lábios na minha testa, num beijo calmo, quase como um gesto de cuidado. Me puxou pra perto, envolveu meus ombros com os braços fortes e ficou ali, passando a mão devagar nas minhas costas, num carinho silencioso. Nenhuma palavra foi dita. Só o som da nossa respiração preenchia o quarto. Eu sentia um misto de sensações, o corpo cansado, a mente tentando entender tudo o que tinha acabado de acontecer. E, claro, havia a dor. Nas partes mais íntimas, eu sentia aquele incômodo, aquele ardor, mas eu sabia que era normal.
Fiquei quieta, respirando fundo, tentando relaxar. O cansaço era grande, o corpo pesado, mas o sono não vinha. Os olhos fechavam e abriam de novo. Eu só queria esvaziar a cabeça, mas era impossível. Senti quando ele se mexeu, se levantou devagar da cama, como se não quisesse me acordar. Só que eu tava desperta, só não queria mostrar. Escutei o som da porta se fechando, e aí sim me levantei devagar.
O quarto estava só com o ab