Théo Narrando

Assim que cheguei na empresa, já senti o peso do dia me jogando tudo na cara. Mal pisei no meu andar, nem deu tempo de respirar, de organizar um pensamento, já veio o aviso: a primeira reunião tava pronta, os malditos sheiks já estavam me esperando na sala. Respirei fundo, ajeitei o paletó e segui até lá, com aquele ar de indiferença que eu sei fazer tão bem. No fundo, o que eu quero mesmo é que tudo aquilo acabasse logo, que eles assinassem e me deixassem em paz pra dominar os Emirados Árabes como eu planejei.

Entrei na sala de reuniões, o ambiente carregado daquele cheiro insuportável dos perfumes doces e enjoativos que eles usam. Mas mantive a postura impecável. Cumprimentei um a um, formalidade idiota que o protocolo exige. Sorrisos falsos, palavras educadas que não dizem nada. Fiz o teatro. E sim, eles assinaram. Um a um, botaram o nome no contrato, selando a minha carta branca pra atuar em Dubai. O jogo tava ganho. Apertei as mãos deles, firme, olhando nos olhos,