Quando saí do restaurante, Keven já me esperava encostado em uma das colunas, do lado de fora. Ele parecia distante, distraído, observando o movimento das pessoas na calçada. Aproximei-me com as mãos atrás das costas, tentando não soar tão hesitante.
— Podemos tomar um sorvete?
Ele ergueu uma sobrancelha, franzindo um pouco a testa, como se não esperasse a pergunta. Ainda assim, assentiu. Sorri de leve e seguimos juntos pela calçada, em silêncio, até que uma sorveteria ou café aparecesse no caminho.
Enquanto caminhávamos, com o som das rodas dos skates passando por nós e o cheiro de comida de rua no ar, me veio uma ideia.
— Já pensou em fazer um acordo formal comigo?
Ele me lançou um olhar desconfiado.
— Um acordo?
— É — expliquei, tentando parecer casual —, tipo... um combinado entre nós. Do que cada um vai fazer, das expectativas, sabe?
A ideia soava até meio ridícula dita em voz alta, mas tinha lógica. Desde o dia em que tudo começou, não havia nada estabelecido entre nós. Eu o tro