Capítulo 68

Fernando avançava pelo campo enlameado, o cavalo arfando sob o peso da lama. Seu olhar varria cada palmo do terreno, o coração pulsando com violência no peito.

— Naaatááália! — gritou outra vez, a voz embargada.

O vento carregava o nome dela, mas o silêncio em resposta o consumia. Os peões gritavam em outras direções, espalhados pelo campo, mas ele não conseguia ouvir nada além do próprio desespero.

De repente, entre o barulho da chuva e o farfalhar do capim, chegou aos seus ouvidos um eco fraco, quase apagado:

— Aqui…

Fernando estacou o cavalo, os olhos arregalados.

— Natália?! — gritou, inclinando o corpo para frente, como se pudesse arrancar a resposta do vento.

E outra vez, mais fraca ainda, ouviu o mesmo som, como um suspiro perdido:

— Fernando…

O coração dele disparou. Esporeou o cavalo em direção ao chamado, atravessando o campo enlameado até que um relâmpago iluminou a cena diante dele: Natália, ajoelhada no barro, os braços envolvendo o próprio corpo, tremendo de frio, o rost
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