Fernando avançava pelo campo enlameado, o cavalo arfando sob o peso da lama. Seu olhar varria cada palmo do terreno, o coração pulsando com violência no peito.
— Naaatááália! — gritou outra vez, a voz embargada.
O vento carregava o nome dela, mas o silêncio em resposta o consumia. Os peões gritavam em outras direções, espalhados pelo campo, mas ele não conseguia ouvir nada além do próprio desespero.
De repente, entre o barulho da chuva e o farfalhar do capim, chegou aos seus ouvidos um eco fraco, quase apagado:
— Aqui…
Fernando estacou o cavalo, os olhos arregalados.
— Natália?! — gritou, inclinando o corpo para frente, como se pudesse arrancar a resposta do vento.
E outra vez, mais fraca ainda, ouviu o mesmo som, como um suspiro perdido:
— Fernando…
O coração dele disparou. Esporeou o cavalo em direção ao chamado, atravessando o campo enlameado até que um relâmpago iluminou a cena diante dele: Natália, ajoelhada no barro, os braços envolvendo o próprio corpo, tremendo de frio, o rost