Natália começou a recobrar os sentidos lentamente. Primeiro veio o tremor fraco em todo o corpo, depois a sensação de calor da manta envolvendo-a, e, por fim, a presença firme da senhora Catarina sentada ao lado, numa cadeira próxima à cama.
— Que bom que acordou. — disse Catarina, num tom neutro, embora houvesse um leve traço de preocupação em seus olhos. — Como se sente?
— Um pouco melhor… mas… o que aconteceu? Como vim parar aqui? — perguntou confusa, lembrando-se apenas de flashes da chuva implacável e da imagem de Fernando e depois como se cavalgasse em seus braços.
— Depois da sua saída imprudente, Fernando a encontrou quase congelada. — Catarina levantou-se, ajeitando o xale nos ombros. — Vou chamá-lo. Ele pediu que o avisasse assim que despertasse.
Sem mais palavras, a senhora deixou o quarto. Natália se recostou no travesseiro, fraca, a cabeça latejando. Não demorou até a porta abrir novamente. Fernando entrou, trazendo com ele a imponência de sempre.
Ao vê-lo, Natália se enc