O carro preto deslizou pela estrada pavimentada que ligava a pista de pouso à sede da fazenda. O sol do meio-dia fazia o ar tremer acima dos campos dourados de soja, e ao longe viam-se os currais e os silos metálicos refletindo a luz. Quando o veículo parou diante da entrada principal da mansão, o som do motor cessou e o silêncio do campo pareceu mais profundo.
Carlos desceu primeiro, ajeitando o paletó claro e abrindo a porta traseira. Dois homens asiáticos saíram do carro, um de meia-idade, o outro mais jovem. Ambos traziam sorrisos corteses e olhares atentos, observando tudo com discrição. Fizeram leves reverências, num gesto contido, mas cheio de formalidade.
Fernando desceu os degraus da varanda e foi ao encontro deles.
— Senhor Liang, senhor Chen — disse, em inglês fluente. — Sejam bem-vindos à Fazenda Santa Maria. É uma honra recebê-los.
— A honra é nossa, senhor Albuquerque — respondeu Liang, também em inglês, com voz calma, mas com sotaque carregado. — Ouvimos muito sobre sua