Na segunda-feira, cheguei cedo à Walker. O corte no braço já não doía, mas ainda não tinha cicatrizado completamente. O terno feito sob medida, impecável como sempre, era mais do que roupa; era armadura. Mantinha minha postura implacável e escondia o curativo sob o tecido, afastando qualquer sinal de vulnerabilidade.
Assim que alcancei minha sala no andar da presidência, parei por um instante na porta.
Eliza estava sentada na minha cadeira.
As pernas cruzadas, o salto batendo levemente no chão, como se marcasse o ritmo de uma música que só ela ouvia. Os olhos, porém, estavam fixos em mim e neles havia algo entre provocação e desafio.
Ela não se levantou.
— Está confortável? — perguntei, minha voz carregada daquela calma que antecede uma tempestade.
O leve arqueamento da sobrancelha dela foi a única resposta por alguns segundos. Eliza sabia que aquilo não era apenas invasão de espaço; era um recado. E, pelo jeito, estava mais do que disposta a entregá-lo pessoalmente.
— Bastante — resp