Helen entrou no andar da diretoria com passos firmes, o blazer ajustado ao corpo, salto ecoando suave no piso de madeira polida, maquiagem impecável. Quem a visse diria que ela era a imagem da compostura e profissionalismo. E era, até dez minutos antes.
Agora, porém, havia um leve brilho suspeito nos olhos. Um leve desarranjo no coque perfeito. E talvez, só talvez, uma marca de batom masculina no decote interno da blusa.
Mas nada que chamasse atenção… se a pessoa sentada em sua cadeira não fosse Tânia.
A amiga estava cruzada como uma esfinge: pernas sobrepostas com elegância, salto balançando no ar, braços cruzados e uma sobrancelha arqueada que gritava julgamento silencioso.
Helen parou na porta.
— Tânia, posso saber o que você tá fazendo sentada na minha mesa com essa cara de CSI do amor?
— Ah, não precisa nem perguntar. — disse Tânia, erguendo o dedo. — Eu vi. O andar inteiro viu.
Helen engoliu seco.
— Viu o quê?
— Helen Carter… — disse Tânia, apoiando os cotovelos na mesa. — O que