O quarto estava silencioso, mas repleto de lembranças. O abajur emitia uma luz suave, e o aroma do chá de camomila ainda pairava no ar. Helen sentou-se na poltrona de amamentação, com uma manta leve sobre as pernas. Ethan estava de pé, encostado na moldura da porta, observando cada detalhe daquele espaço sagrado: o berço montado com carinho, os bichinhos alinhados nas prateleiras, a plaquinha com o nome “David” em madeira clara.
O silêncio entre eles era denso, mas não desconfortável. Era o tipo de silêncio que vem depois da tempestade. Depois da guerra.
— Eu ainda não consigo acreditar que conseguimos chegar até aqui — disse Helen, quebrando o silêncio, com a voz serena.
Ethan se aproximou devagar e se ajoelhou à frente dela, apoiando os cotovelos em suas coxas, como fazia quando precisava dizer algo do fundo da alma.
— Helen… — começou, com os olhos fixos nos dela. — Eu fico lembrando de tudo o que passamos. E me pergunto como o amor sobreviveu a tudo aquilo.
Ela sorriu, mas o olhar