Sete dias.
Esse era o número que piscava silenciosamente na mente de Ethan a cada manhã.
Sete longos, sufocantes e angustiantes dias desde que Helen desapareceu.
Ninguém sabia onde ela estava. Nenhuma mensagem, nenhuma pista, nenhuma explicação, apenas o silêncio. O silêncio que consome por dentro, que arranha a garganta, que torna a saudade uma dor física.
Ethan acordava todos os dias como se fosse o mesmo. O mesmo apartamento gelado, o mesmo travesseiro sem perfume, o mesmo som abafado de um coração tentando continuar batendo.
Sete dias sem ouvir a voz dela.
Sem ver os olhos dela.
Sem ser chamado de “amor” ou “idiota”.
Na manhã do oitavo dia, Ethan estava sentado em sua sala na empresa, diante de uma pilha de documentos que ele sequer conseguia ler. A luz natural entrava pelas janelas altas, mas a claridade parecia zombar dele, contrastando com a escuridão interna que não passava.
Usava um paletó amarrotado. Os cabelos estavam desalinhados, como se tivesse passado a mão por eles dez