O sinal de volta às aulas ainda ecoa pelos corredores quando o grupo começa a se dispersar, mas Mel e Richard parecem ignorar qualquer campainha, regra ou lei da gravidade. Eles seguem juntos para o prédio de Artes, atraídos pelo silêncio estratégico de um corredor lateral onde raramente passa alguém… a não ser o zelador fã de mistério que adora assustar casais desavisados, mas, felizmente, ele está de folga.
Mel se recosta numa pilastra, braços cruzados, mas o sorriso nos lábios entrega que a pose de indiferença é pura encenação. Richard encosta bem perto, perto o suficiente para Mel sentir o perfume amadeirado que contrasta com o chiclete de morango. Ele ergue a mão, afasta um fio do cabelo dela atrás da orelha e brinca:
— Sabe aquele aviso “Cuidado: pode causar dependência”? Acho que deveria vir impresso na sua testa.