— Ela chamou Niyati de impura... — murmurei depois de um tempo, sem reconhecer a própria voz. — A minha filha... a Niyati...
— Eu sei — Abigail respondeu suavemente, seus dedos acariciando minhas costas. — Eu ouvi. Todos ouviram.
Me afastei devagar, os olhos ainda marejados. Olhei ao redor, notando os olhares assustados das enfermeiras, um médico observando da porta, os dois seguranças ainda posicionados como se outra guerra fosse explodir.
Vergonha. Nojo. Cansaço. Tudo de uma vez só.
E então, a porta se abriu novamente.
Kabir.
Seu rosto estava transtornado. Suado, os olhos vermelhos. Havia um pequeno corte em seu supercílio, provavelmente de uma briga com meu pai.
Ele olhou cada centímetro do meu rosto, notou Abigail ao meu lado, os seguranças ainda na porta. Os cacos invisíveis espalhados pela sala. E ficou imóvel.
— Kali... — sussurrou, como quem pede desculpas.
— Ela chamou Niyati de impura. — repeti, como uma criança tentando convencer o mundo de que foi injustiçada — Ela cuspiu