Capítulo 22

Lembranças podem ser absurdamente cruéis. Ao ouvir as palavras de Bennet, minha mente me trai, e me arrasta de volta para a última noite em que o vi.

Sua boca deslizava pela minha pele, despertando arrepios que percorriam meu corpo inteiro. Meus cabelos, encharcados de suor, grudavam em meu pescoço, mas ele não ligava. Ele nunca se importava com detalhes, qualquer fração de tempo que eu lhe desse era suficiente para fazê-lo feliz. Aproveitávamos cada segundo como se fosse o último.

— Minha deusa... — sussurrava entre um beijo e outro — Não aguento mais esperar para ter você nos meus braços para sempre.

— Tik, eu sei — respondi naquela noite, com a respiração entrecortada — Só preciso de mais algumas semanas. Ainda sou menor de idade, Ben. Se eu fugir agora para os Estados Unidos, baldi me encontrará. Só para ter o prazer de me arrastar de volta e me ver afundar no Gânges.

— Não diz isso! — ele me envolveu com força e me beijou com intensidade. — Hoje falei com meus pais sobre você.

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