É estranho pensar que já se passaram seis anos desde que segurei aquele corpinho quente e enrugado pela primeira vez. Parece que foi ontem, e ao mesmo tempo, parece que vivi uma vida inteira desde então. Ela chegou num silêncio que gritou dentro de mim. Lembro do cheiro dela, da pele fininha, dos olhos que mal abriam mas pareciam me reconhecer. Ali, meu mundo mudou.
Os primeiros meses foram uma mistura de exaustão e encantamento. Cada sorriso banguela, cada barulho novo, cada madrugada em claro. Eu aprendi a ser mãe com ela, tropeçando, acertando, errando, recomeçando. Quando ela começou a andar, era como se o mundo tivesse ficado pequeno demais para conter tanta vontade de explorar. E quando falou "mamãe" pela primeira vez, eu chorei. Era só uma palavra, mas vinha carregada de tudo.
Agora ela tem seis anos. Já é uma menina. Não mais um bebê, mas ainda tão minha. Tão cheia de perguntas, de histórias que inventa na hora, de abraços apertados que me fazem esquecer o tempo. Às vezes olho