A casa parecia respirar diferente quando entramos com Niyati pela primeira vez.
Era a mesma sala, os mesmos móveis, os mesmos cheiros... e, ainda assim, tudo tinha mudado. Como se agora cada canto carregasse outra frequência. Mais delicada. Mais viva.
Ela dormia o meu colo, enrolada naquela mantinha bege que Kabir escolheu no sexto mês da gestação. A primeira que ele comprou com as próprias mãos.
– Você acertou. – murmurei, olhando pra ele – Você disse que ela ia gostar dessa manta, mesmo que fosse neutra, pois ela era macia.
Kabir sorriu. Cansado, orgulhoso. Um pouco assustado também.
– E você ainda duvidou da minha escolha. – ele me deu um sorriso torto.
Ele se aproximou e beijou minha têmpora, com muito carinho. Depois tocou Niyati com o dedo, leve como um pensamento.
– Bem-vinda ao lar, minha pequena.
Os primeiros dias foram uma névoa. De mamadas, trocas de fralda, noites em claro e choros, dela e meus. Houve uma madrugada em especial, quatro dias depois, que ainda ecoa em mim.
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