Capítulo 11

Com vinte e nove semanas de gestação, uma sensação de medo e impotência me tomou.

– Eu estou com medo.

Foi a primeira coisa que eu disse naquela manhã. Estava deitada de lado, com as mãos sobre a barriga já bem arredondada. Niyati tinha chutado forte durante a noite, e eu mal dormi. Quando Kabir acordou, eu já estava ali, acordada, encarando o teto. Ele se virou pra mim, os olhos ainda inchados de sono, mas atento.

– Medo de quê? – ele perguntou.

– De tudo. Do parto. De não dar conta. De você... se arrepender. – confessei.

– Eu não vou a lugar nenhum. – ele respondeu de imediato, como se a possibilidade sequer fizesse sentido – Kali, você tem noção de quantas vezes eu quis fugir e fiquei? Não porque tinha obrigação, mas porque era você?

Fiquei em silêncio, absorvendo aquelas palavras.

– Eu não quero que você fique por pena.

– Pena? – ele riu, descrente. Depois se aproximou e apoiou a testa na minha – Eu fico porque quero. Porque, mesmo quando você me irrita, mesmo quando não sei o que
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