Sílvio ainda nem tinha tido chance de falar. Lúcia já se adiantou, quase ansiosa:
— Já pensei, sim.
— E o senhor? — Perguntou a atendente, lançando um olhar a Sílvio.
Sílvio hesitou por um instante. Claro que ele não queria o divórcio. Mas agora, a situação era inescapável. Lúcia precisava se tratar; ele tinha que deixá-la ir.
Ao ver que ele não respondia, Lúcia, achando que ele iria voltar atrás, apertou o tom e lhe deu um leve empurrão no braço:
— Ela está te perguntando, você não vai responder? Sílvio, você não vai desistir de novo, né?
— E se eu desistisse? O que você faria? — Sílvio bufou, desgostoso com a pressa dela em se divorciar.
Para ele, o divórcio era algo doloroso, mas ela parecia estar aliviada, como se estivesse escapando de um sofrimento ou ganhado na loteria.
A atendente, percebendo o desconforto, franziu o cenho:
— Então vocês ainda não decidiram? Se for assim, melhor pensarem mais e voltarem outro dia.
Lúcia se apressou, respondendo à atendente:
— Não, não. Está tud