— Veio defender sua querida? — Perguntou Ivone, com uma ironia cortante.
O sorriso de Basílio desapareceu instantaneamente. Ele ficou sem reação. Essa Ivone, fria e agressiva, ele nunca tinha visto antes. Se fosse no passado, ao ouvir algo assim, ele teria mandado ela lembrar qual era o seu lugar.
Mas agora, ao pensar no que ela tinha passado, no bebê que ela perdeu, e que tudo aconteceu na propriedade da família Araújo, ele não conseguiu dizer nada. Mesmo que a queda não fosse diretamente culpa dele, ele não a impediu.
Ela estava assim por causa dele. Ela não poderia mais ter filhos, e ele sabia que tinha parte de responsabilidade nisso.
Basílio sentiu um desconforto leve, mas logo ele foi diminuindo. Ele relaxou as sobrancelhas franzidas pouco a pouco, pegou uma maçã da mesa, uma faca e começou a descascá-la com calma. Enquanto fazia isso, ele perguntou:
— Como você está se sentindo?
Ivone, sentada na cama do hospital, nem sequer olhou para ele.
— Se não estiver bem, me avi