Talvez, aos olhos de Sílvio, não chorar nem reclamar significasse que ela não estava triste.
Lúcia era conservadora em sua essência. Se pudesse, teria se casado apenas uma vez na vida e amado um único homem para sempre. Ela jamais consideraria o divórcio, a menos que fosse absolutamente inevitável. No fundo, sabia que nessa união fracassara por completo. Talvez isso fosse o preço por insistir em algo que não deveria.
Seu coração estava em pedaços, mas Lúcia sorriu com uma leveza que desafiava seus sentimentos internos:
— Se é o que você pensa, então tá. Assina logo, Sílvio.
Ao vê-la sorrindo, Sílvio sentiu-se ainda mais irritado. Ele sempre acreditou que, ao pedir o divórcio, Lúcia choraria, imploraria e faria de tudo para segurá-lo, se tornando ainda mais dócil. Mas, surpreendentemente, foi ela quem tomou a iniciativa. E agora, estava ali, com aquele olhar de quem já havia desistido de tudo.
Sílvio sentiu uma pontada de dor no peito, uma angústia que parecia incontrolável. Em um la