O corpo de Lúcia havia se tornado completamente dependente de medicamentos. Ela mantinha os olhos baixos enquanto arrancava uma a uma as etiquetas dos frascos de analgésicos, jogando-as no lixo. Era um hábito seu, e por isso Sílvio nunca sabia ao certo o que ela estava tomando.
— Srta. Lúcia, então você está aqui. — Disse Basílio, correndo até ela com o celular na mão. Ele havia acabado de atender uma ligação e, ao ir ao consultório do médico, soube que ela estava retirando os remédios, por isso correu para encontrá-la.
Lúcia ergueu o olhar e viu Basílio parado à sua frente. Ela esboçou um sorriso apático:
— Sr. Basílio.
— Eu estava lá fora, esperando por você, mas tive que atender uma ligação. — Basílio começou a falar, mas seu celular tocou novamente. Ele olhou para o visor e, com uma expressão de leve desconforto, pediu desculpas a Lúcia com o olhar.
Ela assentiu com a cabeça:
— Tudo bem.
E então, abaixou novamente a cabeça e continuou a arrancar as etiquetas dos frascos, colocando-