Ao ouvir aquelas palavras, os longos cílios de Lúcia tremularam levemente, como as asas de uma mariposa à beira da morte. Ela lançou um olhar para o espelho sobre a mesa e viu seu reflexo pálido. Sua condição era muito pior do que imaginara — cem, mil vezes pior.
Quão grave deveria ser para que seu médico responsável chegasse a uma conclusão tão drástica?
— Meu estado está tão ruim assim por causa da criança que estou esperando? — Perguntou Lúcia com a voz grave.
O médico, vendo que ela estava determinada a obter todas as respostas, suspirou e assentiu com pesar:
— Exatamente. O câncer não teria se espalhado tão rápido. Mas você engravidou. E esse bebê... Esse bebê...
— Esse bebê o quê? — Lúcia fixou o olhar no médico, insistente.
Ele suspirou fundo:
— Está mutado.
— Mutado? O que isso quer dizer? — Lúcia ficou confusa.
Ela já ouvira falar de fetos que sofriam mutações, mas nunca imaginou que isso pudesse acontecer com ela.
O médico a olhou com um misto de tristeza e compaixão:
— O fet