Sílvio realmente não queria mais saber de Lúcia, não queria mais lidar com ela. Aquela mulher sem coração sempre conseguia transformar suas boas intenções em nada, como se ele fosse o único culpado. Ela não confiava nele, só lhe dirigia palavras frias e desconfiadas.
Tudo o que ela dizia e fazia parecia ser meticulosamente planejado para irritá-lo, como se ela soubesse exatamente onde ficavam seus limites e estivesse sempre prestes a cruzá-los. Sílvio não acreditava que ela fazia isso sem querer.
No passado, Lúcia tinha medo de deixá-lo bravo e sempre fazia o possível para agradá-lo, considerando seus sentimentos, sua imagem e seu orgulho masculino. Mas agora, parecia que a única coisa que lhe trazia felicidade era vê-lo zangado.
Sílvio já havia explicado para ela que o velho Abelardo tinha caído da cadeira de rodas por conta própria, e que ele não tinha nada a ver com isso. Mas Lúcia simplesmente não acreditava.
Ele, um homem que agora ocupava o topo da pirâmide, não podia continuar