A mão grande do homem apertava o queixo de Lúcia sem qualquer piedade.
Lúcia sentiu as lágrimas se acumularem nos olhos de tanta dor, mas se segurou. Ela não queria parecer tão derrotada na frente dele.
— Você não queria tanto tirar a roupa? Agora tem a chance.
Sílvio riu de forma desprezível, um sorriso que perfurou o coração de Lúcia. Ele ainda não tinha se cansado de humilhá-la.
Lúcia soltou um riso frio, difícil devido à pressão no queixo, um riso que parecia mais um choro:
— Sr. Sílvio, eu não estou tirando a roupa para você.
A arte de incomodar os outros e dizer coisas duras, ela também sabia fazer.
— Então para quem você está tirando?
— Com certeza, não é para você.
A mão dele apertou ainda mais, fazendo as lágrimas escorrerem dos olhos de Lúcia e caírem no pulso dele, onde usava um relógio.
— Você não quer o restante do pagamento? Então eu ligo pro João?
Mais uma ameaça, clara e direta.
Lúcia, com as mãos trêmulas, puxou o zíper do vestido justo, que caiu aos pés dela.
Sílvio v