Ela fixou o olhar na gravata preta de Sílvio, um modelo simples, mas elegante.
Lúcia já havia comprado gravatas dessa marca antes, mas claramente não foi ela que escolheu essa.
Enquanto desfazia o nó da gravata, Lúcia perguntou casualmente:
- Foi a Giovana que escolheu essa gravata para você, não foi?
Sílvio sentiu um frio na espinha, percebendo imediatamente o que tinha acontecido.
Leopoldo o enganou, dizendo que essa gravata foi um presente de Lúcia.
- Não está bonita? - Sílvio respondeu com a voz rouca, o tom frio e cortante.
- Essa gravata é horrível.
- Não tanto quanto você.
- Se me acha tão feia, por que se casou comigo? Estava cego?
- Você é como chiclete, grudou em mim e não soltou. Eu tinha escolha?
- Sílvio, quando nos casamos e fizemos a cerimônia, você estava com a cara fechada, sem esboçar um sorriso. Foi porque você se sentiu obrigado a se casar comigo, não foi? Naquela época, você pensava na morte trágica dos seus pais, né? Você me viu sorrindo tão feliz, como uma boba,