Capítulo 5
— Ainda se sente injustiçada? — Rafael soltou uma risada fria, tapando minha boca com força e me arrastando para fora do escritório como se eu fosse um animal morto.

Seu aperto era brutal; a palma cobria minha boca com tanta força que parecia querer me sufocar.

Dentro do escritório, ouvi a voz de Isabela:

— Deixa pra lá. A Elisa provavelmente não fez por mal. Não vale a pena insistir nisso.

— Já que estou livre esta tarde, vou oferecer um chá para todo mundo.

Com o rosto fechado, Rafael me arrastou até a copa. Parecia exasperado.

— Elisa, se você não quer que eu fique noivo da Isabela, é só dizer! — Exclamou. — Mas primeiro você concorda, depois faz birra pedindo demissão e agora ainda rouba um colar? O que é que você quer afinal?

— Meus pais gostam muito da Isabela. — Continuou, furioso. — Eles já deram permissão para eu me casar com você, com uma condição: que eu me case com ela primeiro. Quando ela morrer, daqui a dois meses, então eu poderei casar com você!

— Nunca te contei isso para não te deixar sob pressão!

— Todos esses anos em que estivemos juntos, eu nunca assumi nosso relacionamento em público porque meus pais disseram que, se eu namorasse você, nunca me deixariam herdar a chefia da família.

— Depois de tanto tempo, nossa relação secreta finalmente ia chegar ao fim! Estávamos prestes a ficar juntos de verdade!

— E agora você começa de novo com essas crises! — Gritou, inflamado.

Rafael me olhou com raiva, como se o problema fosse eu — como se eu não quisesse casar com ele.

— Vá pedir desculpas à Isa agora, e o assunto acaba por aqui.

Tapei a boca, olhando-o friamente.

— Não vou admitir algo que eu não fiz. — Respondi firme.

Durante todos esses anos, sempre que eu queria assumir nosso relacionamento, ele usava a mesma desculpa:

que precisava primeiro herdar o cargo de chefe da máfia, que só depois poderíamos ser públicos.

Mas depois de tanto tempo... eu estava exausta.

Foi então que Isabela entrou.

Ela trazia uma xícara de água quente nas mãos e se aproximou com um sorriso gentil:

— Elisa, não culpe o Rafael. Ele só ficou nervoso porque se preocupa com você.

— Eu também não guardo mágoa. Não leve isso para o coração. Aqui, beba um pouco de água quente pra se acalmar.

No instante seguinte, ela fingiu escorregar a mão — e a água fervente caiu direto sobre o meu braço.

— Ah! — Gritei de dor.

Mas Isabela rapidamente cobriu a própria mão e soltou um grito agudo:

— Está pelando! Queimei a minha mão!

Rafael, que até então me olhava, virou-se imediatamente para ela. Segurou-a e levou-a correndo até a pia para colocar a mão sob a água fria, sem sequer olhar para o meu braço, já vermelho e cheio de bolhas.

Observei os dois de costas, e uma sensação de vazio me tomou por completo.

Só no fim da tarde Rafael veio me procurar.

Ele olhou para o meu braço e, com um tom de culpa, perguntou:

— Você está bem?

Balancei a cabeça, em silêncio.

Rafael suspirou.

— Você foi muito impulsiva hoje. — Disse, num tom que misturava repreensão e cansaço.

— Nosso relacionamento não pode chegar ao conhecimento da Isabela. Ela não quer ser vista como a "outra", por isso eu não posso demonstrar muita preocupação com você.

— Esta tarde, a Isa já disse que não vai levar o assunto adiante. Por que você não pode simplesmente deixar passar? Precisa transformar tudo num escândalo?

Ele pegou uma bolsa de gelo e estendeu para mim, mas eu o encarei sentindo apenas desespero e frieza.

Afastei a mão dele e joguei tudo que estava sobre a minha mesa no lixo.

Em seguida, fui direto à sala de segurança.

Se eu conseguisse ver as imagens das câmeras, poderia provar minha inocência.

Mas, assim que cheguei à porta, fui barrada pelos seguranças.

— Srta. Lima, o Sr. Soares deu ordens para que a senhora não entre na sala de monitoramento.

Fiquei imóvel, sentindo o coração afundar.

De volta ao apartamento, comecei a arrumar minhas coisas.

Tudo ali tinha o rastro de Rafael — e eu não queria nada disso.

À noite, alguém bateu à porta e entregou uma pomada para queimaduras.

Nem precisei perguntar. Era dele.

Olhei para o tubo por um momento, deixei-o de lado e continuei fazendo as malas.

No caminho para o aeroporto, enviei uma mensagem para o número de trabalho do Rafael:

"Rafael, estamos terminando."

Assim que a mensagem foi enviada, bloqueei todos os seus contatos.
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