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Eu Sou Minha Própria Glória

Eu Sou Minha Própria GlóriaPT

História Curta · Contos Curtos
Ricardo Fonseca  concluído
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Resumo
Índice

Norberto Rios era o magnata mais jovem de Nova Iorque, comandando um grupo tecnológico avaliado em bilhões, uma lenda nas capas das revistas de economia. Porém, poucos sabiam que ele era o verdadeiro chefe no coração da máfia americana. Riqueza, poder, destino, para ele, tudo não passava de fichas de um jogo. E eu, fui apenas uma peça usada para manter a estabilidade da aliança familiar. Dez anos de casamento, durante os quais ele se deitou com todas as minhas amigas e colegas de trabalho. Cada uma era alguém em quem eu confiava. Naquela manhã, levei nosso bebê recém-nascido para um exame de rotina. A última amante de Norberto, Adriana, me atropelou com o carro. O bebê chorava sem parar, e eu implorei para que ela nos levasse ao hospital. Quando Norberto chegou, estampava no rosto apenas desprezo. — Glória, desde quando você aprendeu a se aproveitar dos outros? — Mesmo que você morresse na minha frente, eu não me importaria. Dizendo isso, ele pegou a mão da nova amante e se afastou sem olhar para trás. Quando finalmente fui levada ao hospital, a criança em meus braços já estava sem vida. Minha mãe, ao saber da notícia, teve um ataque cardíaco e não resistiu. Fiquei inconsciente por dois dias no hospital. Quando despertei, Norberto não estava lá. Foi o pai dele, Sebastião Rios, o verdadeiro patriarca da família, quem apareceu ao lado do meu leito. Olhei para ele calmamente e disse: — Me deixe ir. O que eu devia à sua família, já paguei com a minha vida. Mais tarde, aquele marido mafioso que sempre me tratara com frieza, acabou ajoelhado diante de mim, pedindo para que eu voltasse para casa. Mas eu já não era mais a mulher submissa, esperando por um olhar de compaixão. Eu era a esposa da máfia que, ao virar as costas, não olharia para trás.

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Capítulo 1

Capítulo 1

Meu celular não parava de vibrar.

Chegavam fotos, uma após a outra, de Norberto e sua nova amante, Adriana.

Hotel cinco estrelas, banheira, lábios vermelhos, eles se beijavam apaixonadamente.

E eu, Glória Mendes, gerente da Tecnologia Saúde Eterna, antes tão independente e lúcida, tinha me casado com aquele canalha.

Adriana, repleta de marcas de beijos, recostava-se no peito de Norberto, como se estivesse marcando território.

Eu estava deitada no hospital, tomando soro, remédios, com pontos no corpo, à beira da morte.

Naquele momento, Sebastião, o poderoso patriarca, ainda desconhecia tudo o que havia acontecido.

— Glória, Norberto... no fundo, ele não é uma má pessoa.

— Vocês estão juntos há tantos anos, por que não lhe dá mais uma chance? Enquanto eu estiver vivo, ninguém ameaçará seu lugar.

Não respondi, apenas abri o vídeo provocativo que Adriana me enviara.

Os sons do envolvimento deles ecoaram pelo quarto.

Adriana, ofegante, cravava as unhas vermelhas nas costas de Norberto, os gemidos aumentando a cada instante.

Norberto a pressionava nos travesseiros macios, sussurrando: — Diga de quem você é.

Adriana, com olhar sedutor, respondeu: — Sou sua, pertenço só a você...

— Norberto, você não sentiu nada ao abandonar Glória e o bebê na rua hoje?

Norberto, mordendo o pescoço de Adriana, respondeu friamente:

— Sentir o quê? Eu te amo. Ela? Mesmo que ela tenha dado à luz meu filho, não é digna de ser comparada a você.

Sebastião ficou com o rosto carregado de tristeza ao ouvir tudo aquilo.

O vídeo continuava com seus ruídos desagradáveis.

O velho abaixou a cabeça, dizendo: — Foi a Família Rios que falhou com você. Eu mesmo cuidarei do divórcio. Em sete dias, você estará livre.

— Sobre sua mãe e o bebê...

Antes que pudesse terminar, uma enfermeira entrou no quarto, carregando o bebê sem vida.

Aquele pequeno, que ainda de manhã mamava em meus braços, estava agora frio, e meu coração morreu com ele.

— O bebê será enterrado junto à Família Rios. As cinzas da minha mãe, eu mesma levarei.

Sebastião, com voz rouca, respondeu: — Obrigado, Glória... você é uma boa moça, não deveria estar presa ao meu filho.

Dito isso, o velho saiu carregando o corpo da criança.

Minhas lágrimas finalmente caíram.

Casei-me com Norberto por interesse, por troca.

Ele precisava de uma esposa respeitável para encobrir seus jogos de poder e crimes no império da máfia.

Eu precisava de uma quantia exorbitante para salvar a vida da minha mãe.

Vesti o vestido de noiva e entrei na armadilha chamada "casamento".

No começo, achei que ele não era completamente insensível.

Ouvia ele chorar pela mãe nos sonhos.

Órfão desde a infância, e foi adotado por Sebastião, parecia uma criança perdida em pesadelos.

Eu me comovi, pensei que duas almas quebradas poderiam se aquecer nas feridas uma da outra.

Tentei curá-lo, com um coração de santa.

Aprendi as receitas da mãe dele, reconstruí a casa de madeira da infância.

Aprimorei minhas habilidades na cozinha, tentando reproduzir o sabor da comida materna.

Tolerei sua necessidade de controle e suas exigências na cama, só para que ele sentisse um mínimo de segurança.

Achei que o amor poderia resgatar sua humanidade.

Mas, no fim, ele levou minha melhor amiga para um hotel.

Quando o confrontei, ele usou nosso "casamento de conveniência" como desculpa.

— Glória, quem você pensa que é?

— Você não passa de um cachorro alugado pelo meu pai para me ajudar a limpar a minha imagem.

— Não me aborreça, ou cancelo imediatamente todo o tratamento da sua mãe!

Depois disso, continuou a se deitar com outras mulheres sem escrúpulos.

Também destruiu minha rede de contatos. Quando finalmente consegui ser promovida a gerente, ele bagunçou tudo: projetos interrompidos, reuniões sabotadas, clientes perdidos.

O motivo era simples: eu precisava largar tudo a qualquer momento para resolver os problemas dele.

Aguentei a decadência desse casamento, vendo minha vida se desintegrar.

Mas suportei tudo isso, apenas para manter o tratamento da minha mãe.

Um dia, tão exausta, caí da escada.

Ao acordar, descobri que estava grávida.

Sebastião veio me ver, quase implorando:

— Tenha esse bebê... talvez ele seja o último ponto fraco do Norberto.

— Se, depois que a criança nascer, ele não mudar, juro que não a impedirei de ir embora.

Hesitei, lutei comigo mesma, mas acabei concordando.

No final, perdi minha mãe, perdi meu filho.

"Resta-me apenas rir de mim mesma, por ter tentado salvar uma fera com gentileza, e, no fim, ter sido devorada até os ossos."

"Sim, agora não me resta nada."

"E, finalmente, não tenho mais medo de nada."
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