Capítulo 11: O Cheiro da Caça

A noite na Lapa tinha um cheiro próprio. Era uma mistura densa de fumaça de diesel, fritura barata e o odor adocicado de lixo acumulado nas calçadas. Para Gabriel, era o cheiro de casa. Ou, pelo menos, o mais próximo de um que ele já tivera. Enquanto o táxi o deixava a três quarteirões do Hotel Estrela Cadente, ele sentiu a transição em sua pele. O ar parecia mais pesado, as sombras mais longas, e os olhares das pessoas na rua tinham um peso diferente. Ninguém ali estava passeando. Todos estavam ou fugindo de algo, ou procurando por alguma coisa.

Gabriel era os dois.

Ele puxou a gola da jaqueta para cima e se misturou à multidão esparsa. As fachadas dos prédios eram sujas, marcadas por pichações e pela umidade. As luzes de neon dos bares e das casas de apostas clandestinas piscavam, doentes, lançando um brilho avermelhado sobre o asfalto remendado. Este era o ecossistema dos homens como Kael. E dos homens como ele.

O Hotel Estrela Cadente era exatamente como o nome sugeria: a promessa
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