As sirenes eram um uivo de lobo na porta. Primeiro uma, depois duas, depois um coro de urgência que rasgava a noite e anunciava o fim do jogo de Gabriel. Do seu posto no quarto de hóspedes, ele observou a rua se transformar em um palco de luzes vermelhas e azuis. O primeiro caminhão dos bombeiros parou com um guincho de freios, e homens em uniformes pesados saltaram, movendo-se com uma eficiência que o impressionou. Em seguida, uma viatura da polícia chegou, e dois oficiais começaram a isolar a área, esticando fitas amarelas que pareciam teias de aranha.

A casa de vidro havia se tornado uma caixa de vidro, e ele estava dentro.

O pânico era um luxo que ele não podia pagar. Sua mente, treinada para operar sob a mais intensa pressão, descartou o medo e focou na única coisa que importava: a fuga. A porta da frente era suicídio. Os fundos, em breve, estariam sob observação. Ele precisava de uma rota alternativa, uma que ninguém estivesse esperando.

Ele pensou na biblioteca. A janela pela q