O resto da manhã passou em meio a risadas e panquecas. Bento comeu três, como prometido, e passou o resto do tempo desenhando uma “aranha invisível mutante” com lápis de cor, enquanto os pais trocavam olhares cúmplices e sorrisos de canto.
Quando o sol começou a descer no céu e a tarde chegou com preguiça, Kira colocou Bento para cochilar, deitado em sua cama com o ursinho de pelúcia agarrado ao peito e o desenho da aranha colado na parede ao lado. Ela ficou alguns minutos o observando dormir, sentindo o coração transbordar de amor e proteção.
Quando voltou à sala, encontrou Noah sentado no chão, de costas para o sofá, com um caderno velho no colo. Ele usava uma camiseta desbotada e calça de moletom, os pés descalços, e havia algo tão sereno na expressão dele que o coração de Kira se apertou.
— O que é isso? — perguntou, se aproximando devagar.
Noah levantou os olhos e sorriu.
— Um caderno antigo. Achei dentro de uma caixa no armário do corredor. — disse, e bateu no espaço ao lado. —