pensa consigo mesma, atravessando a ponte para chegar na floricultura do outro lado da laguna antes do pôr do sol.
" eu não quero me casar, só de imaginar isso, sinto uma dor no meu peito mamãe por favor me mande um sinal do que fazer" Distraída Elisa tropeça em uma pequena pedra solta e quase cai em cima de um rapaz que passava em sua frente, um belo homem alto, trajando roupas elegantes blazer preto, camisa branca e calça xadrez e mocassim preto liso de couro, seus braços fortes marcavam as mangas do blazer, possuía um maxilar forte e nariz afilado, estava com a barba feita, sobrancelhas pouco grossas um pouco arqueadas, pele parda, olhos verdes como safiras, cabelos lisos penteados para o lado direito com um leve topete, ele pensou agilmente e a agarrou para que ela não caísse no chão. Ela levanta o rosto, e seus olhares se encontram, seu rosto fica corado e sente seu coração acelerado, e o rapaz fica um tempo hipnotizado pela beleza daquela moça e pelo seu olhar marcante e seu perfume com aroma de rosas vermelhas, mas volta a si e todo rude porém corado diz: - tenha mais cuidado por favor! adverte com sua voz grossa e aveludada E levanta delicadamente Elisa, ela pede desculpa corada e envergonhada. - me desculpe, eu sinto muito, você se machucou? pergunta sutilmente. - não, eu estou bem. responde calmamente virando o rosto para o lado. - certo, e, obrigada. agradece. - De nada. Ele dispõe e solta Elisa, ambos seguem seus caminhos , porém o rapaz olha para trás. " ela tem um aroma doce de rosas vermelhas, por instante me senti hipnotizado" pensa consigo mesmo. Ela sentiu que estava sendo observada, então instintivamente olhou para trás, e encontrou novamente o olhar daquele lindo homem. Ele sorriu, os olhos dela se arregalaram e ela se virou envergonhada, seguindo seu caminho. " Não acredito, ele sorriu? aaah que constrangedor". Momentos antes ele também havia feito um pedido naquele mesmo lugar, um momento no qual ele se sentia solitário e sem apoio ao saber que teria um casamento arranjado por seus pais, um casamento que os evitaria a falência. Esse rapaz se chama Leonardo Vitale, herdeiro de Pietro e Pandora Vitale, os Vitale são uma família da alta sociedade italiana donos de fábricas de embarcações e exportadores nacionais de peixes e itens de luxo, Leonardo é um rapaz muito inteligente e sabe que os salvaria, porém sua família não via futuro no jovem engenheiro, por ter apenas 22 anos e pouca experiência no ramo dos negócios, momentos anteriores, Leonardo estava no escritório do pai. - Leonardo, temos que conversar. Seu pai diz com firmeza no tom de voz, ele é a cópia fiel do pai, porém sem bigode e seus cabelos não são grisalhos nos lados, Pietro é mais alto que Leonardo exatos dois centímetros, e um pouco mais magro, trajando roupas finas, um belo terno completo cinza, e uma camisa branca e seu mocassim marrom escuro, ele caminha com uma caneta tinteiro na mão que havia pegado do chão de carvalho marrom, em direção a janelas de madeiras vermelhas que se abrem para fora do escritório todo decorado com quadros da família ao lado esquerdo, paredes amarelas e um armário de madeira alto e rústico cor carmim, e ao lado direito uma estande de livros documentos, a porta de madeira maciça estava a 3,5 metros da cadeira de madeira com acento estofado, onde estava sentado Leonardo, e a sua frente a mesa de seu pai em madeira maciça em cima sua máquina de escrever á esquerda e ao lado direito o telegrama, ao meio estava um livro documento com anotações e projetos de novas embarcações que antes estava sendo revisado por Pietro sentado em sua poltrona vitoriana estofada preta. - temos algo a discutir e quero que preste bastante atenção. Pietro diz com sensatez. E Leonardo suspira já imaginando o que seria. - Estou ouvindo senhor. É extremamente raro ele chamar de pai, ou ser chamado de filho. - Fico feliz que esteja colaborando para o crescimento e expansão dos nossos negócios. Ele vira de frente a Leonardo. - Mas isso não é o suficiente, nós estamos enfrentando uma crise, Sua mãe e eu tivemos uma breve conversa com os Esposito e acreditamos que com a sua união e da herdeira, podemos expandir para o exterior. (família Esposito são donos de serralherias pela cidade) - Não era bem isso que eu tinha em mente senhor, imaginei outra saída, outro meio de expansão- Antes de completar sua fala, Pietro suspira. - imaginou? Leonardo, imaginar não vai nos livrar da falência, como eu já disse antes, você não está pronto para assumir esta responsabilidade. Pietro vira de costas e olha para a fábrica pela janela. Leonardo se curva para frente apoiando os cotovelos nos joelhos, encosta as pontas dos dedos de suas mãos uns nos outros apoiando o queixo nos polegares, se sentindo angustiado. - venha aqui. se levanta, passa a mão direita na nuca e caminha até seu pai. - aqui estou. Ele põe as mãos nos bolsos frontais, então Pietro toca em seu ombro direito. - olhe pela janela, e diga o que vê. Leonardo observa atentamente. - eu vejo a fábrica e os trabalhadores. - não é apenas isso, são vidas ali, pais e mães sustentando famílias, se não está disposto a sacrificar sua felicidade por eles e pela família, então não tem capacidade para lidera los. Pietro se afastou de Leonardo que abaixa o olhar para o chão forçando seu maxilar. “metade dos projetos dessa fábrica atualmente são meus, desde meus dezoito anos tenho lutado e me dedicado para provar o meu valor, e ainda assim nunca é o suficiente” Ele pensa consigo mesmo, dizer isso iria gerar uma longa discussão. - posso sair para decidir sobre isso senhor? Levanta o rosto lançando um olhar desapontado ao pai, que passa a mão no queixo. - Sim. confirma e Leonardo sai em seguida. Elisa estava Penteando os cabelos de sua irmã mais nova no quarto da pequena em frente ao estpelho a menina estava sentada em um banquinho. E refletia sobre o que havia conversado com seu pai. - vejo tristeza no seu olhar irmã. A Pequena Giulia de 11 anos observa a irmã mais velha enquanto vê o reflexo com um semblante triste. - está tudo bem Elisa? sabe que não gosto de te ver triste, se você fica triste, eu também fico. ela faz beicinho. Giulia tem pele branca, e rosada nas bochechas, olhos castanhos claros e cabelos avermelhados, como os cabelos de seu pai, já Elisabetta é fisicamente idêntica a sua mãe. " me desculpe minha irmãzinha, eu não posso te revelar agora, você vai saber tudo depois." Elisa pensa, e não conta nada para a irmã, não queria deixá-la preocupada, sabia que sua irmã a amava demais. - Ah, não se preocupe, eu vou ficar bem. Responde Elisa com um sorriso tranquilo, suavizando o clima que Giulia estava sentindo naquele momento. Ela termina de pentear o cabelo de sua irmã e coloca uma presilha decorada com pérolas. -pronto, o que achou? Pergunta Elisa. E então Giulia se levanta e rodopia em frente ao espelho com um belo vestido vitoriano feito de um tecido leve, de cor amarelo claro com bolinhas marrom e babados nos ombros. - eu amei, muito obrigada.ela lhe lança um sorriso sincero. - quer ir na livraria perto do canal comigo?Pergunta para a irmã mais nova. - tenho aulas de piano o dia todo.- Giulia respondeu fazendo biquinho. -Ah, poxa, então no domingo eu te levo para passear pelo canal de barco. Ela sorri e concorda balançando a cabeça confirmando. - certo, então eu já vou, até o jantar. Elisa se despede e sai do quarto da irmã, logo vai tomar banho e se vestir para ir a livraria, estava de roupa de dormir quando foi chamada por Giulia para ajudar com os cabelos longos, Após o banho, veste um belo e longo vestido azul claro, com babados esvoaçantes no busto pouco cheio e forrado por baixo, Ela vai à livraria que costuma ir toda sexta feira, ela cumprimenta o dono do local que a serve chá de alecrim com biscoitos caseiros feitos pela esposa e também tem um enorme carinho pela jovem, que é filha de sua falecida amiga de infância, e nessa mesma livraria enquanto lê seus livros e escreve poesias, tem um reencontro inespe
Leonardo pôs o livro na mesinha, pegou os papéis ao lado das partituras e a caneta, e entregou gentilmente a ela. - obrigada, qual seria o tema? Perguntou. - Escreva sobre algo que te deixa feliz, ou algum dia especial. Fala com a voz aveludada. Em sua juventude, Léo esteve apaixonado uma vez por Ariella, uma linda garota que conheceu na infância, ambos brincavam e se divertiam, corriam saltitantes pelas ruas de Veneza e perto dos canais, jogavam pedras na água, mas logo na juventude passavam pouco tempo juntos, Ariella não sentia o mesmo que Léo, para ela, era apenas um amigo de longa data. Em um dia de chuva, ambos estavam nessa mesma livraria, Ariella estava desenhando vestidos, e Léo estava escrevendo poesias, ele não costumava pedir para ninguém ler, mas este era um dia especial, o dia em que se declarou por ela, através de uma poesia dedicada amorosamente e especialmente para Ariella, Léo esperava que ela correspondesse seus sentimentos. " O amor é um sentimento profun
Ela morde o lábio inferior de maneira que seja imperceptível, chegando mais perto sentindo seu coração acelerado ao sentir o perfume amadeirado dele de perto, e no ouvido direito, com um doce sussurro - o que me deixa feliz, são rosas vermelhas, e passear de barco, ou dançar a luz do luar. Ele se aproxima do ouvido direito dela, fazendo Elisa sentir um leve arrepio. - entendi. se afastando e posicionado começou a escrever.- não é clichê minha senhorita, é interessante, é inspirador.pontua empolgado. "Perfume de rosas vermelhas ao luar Sob a luz prateada do luar, Dançam gotas de perfume raro, Rosas vermelhas, amor e paixão, Em cada molécula, um cantar. O aroma sedutor, suave e doce, Enche o ar de mistério e magia, Luz do luar, sobre pele roce, E o perfume de rosas alma envolve. No jardim noturno, onde sombras dançam, As rosas vermelhas, segredos sussurram, Seu perfume, um convite ao sonho, Sob o luar, corações se rendem." Para Elisa, de Leonardo Vit
A criada sai, junto com Elisabetta do quarto, e ambas descem as escadas, a criada vai para a cozinha, enquanto Elisabetta encontra com seu pai o pretendente e sua avó Adelaide no salão Fiori, ainda não estavam sentados nas cadeiras, estavam esperando a jovem chegar. - boa noite, pai. Elisabetta cumprimenta serena, como a lua. - noite tranquila senhor. Bruno foi cordial em uma postura impecável. - boa noite a todos. Senhora Adelaide cumprimenta balançando a cabeça para cima e para baixo. - Elisabetta, conheça Bruno Rossi, um homem Lorenzo os apresenta. Bruno pega a mão de Elisabetta e beija sentindo seu perfume de jasmim. Elisa observa atentamente, ele estava com um terno preto, camisa branca e gravata borboleta, calças pretas, sapato de couro fino, seus cabelos eram pretos, e seus olhos da mesma cor, seu maxilar forte, um belo nariz afilado, sobrancelhas finas arqueadas, aparentemente mais velho que Leonardo. -estou honrado em conhecê-la senhorita Elisabetta. Você supero
- talvez haja um equilíbrio entre amor e obrigação. com um sorriso forçado Bruno não a provocou, apenas tentou amenizar o conflito entre Elisabetta e a família. Lorenzo por sua vez já esperava esse comportamento protestante de Elisabetta, ele apenas ignorou o comportamento dela e se levantou da mesa de forma sutil, respirando profundamente. - o casamento é um tema complexo, discutiremos em breve os detalhes. Bruno se levanta em seguida olhando para o relógio novamente. - compreendo e concordo plenamente. Elisabetta ainda sentada, suspira derrotada chamando a atenção do homem a sua frente, ela não imaginava que ficaria tão desconfortável com toda essa situação durante o jantar. - eu preciso refletir sobre isso. Bruno, no entanto, parecia estar compreendendo, ele queria possui la logo, torná-la sua esposa o mais rápido possível. - agradeço pelo jantar, estava esplêndido, mas devo encerrar a noite. Ele fiz alinhando seu terno e arrumando a gravata borboleta. Lorenzo olha fr
Ela sabia da atual situação, a família não estava falindo, ele estava apenas se preocupando que seu filho estivesse passando tempo demais no trabalho e acabasse sozinho pelo resto da vida. Ela sabia a verdade, porém esperava que Pietro demonstrasse preocupação com Leonardo, mas não dessa maneira, apenas conversando sobre, mas Pietro não sabia conversar com o próprio filho, era duro demais com o rapaz. Pois via um homem, e não mais o seu bebê pequeno que corria pela casa com um fano entre as pernas. Ariella assistia tudo atônita, porém tomou uma atitude manipuladora. - senhor e senhora Vitale, acho que devo ir embora, falaremos sobre o casamento outra hora, quando todos estiverem calmos. Com um sorriso e um tom doce e gentil, levantou-se da mesa de jantar. - sente se minha querida, você não comeu nada, se sair de barriga vazia, ficará doente no frio lá fora. A mãe de Leonardo pediu com educação, foi tão serena que Ariella não recusou, aceitou e sentou-se novamente. Leonardo encar
Na semana seguinte pela manhã, Elisa já estava pronta para sair, e estava animada, desceu rapidamente as escadas, encontrando seu pai tomando uma xícara de chá. - Buongiorno! Ela o abraça em seguida dá um beijo na bochecha de Giulia. - essas leituras estão te fazendo muito bem! Comenta Lorenzo, e Giulia concorda dando uma mordida em um pão crocante e quentinho. - sim! são maravilhosas. Elisa pega uma maçã e leva sua cesta que havia preparado mais cedo. - até mais tarde- se despede. - tenha uma boa leitura- Seu pai acena com um sorriso. no caminho para a livraria, Elisa observava tudo ao redor, e percebeu o quão lindo estava o céu naquela manhã, azulado, com nuvens amareladas, os raios de sol rodando uma vista colorida e dourada em seu caminho. Ao ver Leonardo parado em frente a livraria, sentiu borboletas em sua barriga. ou será que era fome? O cocheiro abriu a porta da carruagem e a ajudou a descer. - muito obrigado, ah e venha me buscar antes do jantar aqui neste
Preocupada, apenas olhava de relance para Elisa, com o canto dos olhos, decidindo perguntar ou não. - Elisa? Giulia perguntou com um olhar preocupado, tirando Elisa de seus devaneios. - como? - nada não. Analisou as mãos, Elisa estava nervosa com sua irmã, ela a viu assustada naquela noite, correndo, enquanto o homem estava com dor pondo a mão na boca. Giulia estava na varanda do quarto, olhando as estrelas como sempre fazia. "vovó me disse que assuntos assim devem ser evitados, que é para perguntar apenas se for uma emergência, em que algo esteja em risco, o que eu faço? Elisa estava claramente assustada, devo perguntar? não quero que ninguém machuque minha irmã." pensa consigo mesma. - eu vi tudo naquela noite. então deixa escapar,deixando Elisa congelada com uma expressão de pânico por um momento engolindo em seco, ela sabia que não era apropriado contar para ninguém, mas Giulia é sua única confidente além de sua avó, mesmo tendo apenas onze anos, ela pensava como u