Elara não conseguia parar de ouvir seus próprios passos enquanto se movia até a sala. Cada som parecia maior, mais alto, mais revelador do que deveria. Era como se o ar estivesse carregado demais — e estivesse, porque Kael e Leon estavam logo atrás dela.
Ela se sentou no sofá, como se estivesse tentando se convencer de que aquele momento era simples, normal, cotidiano.
Não era.
Kael parou perto da janela, as mãos nos bolsos, mas os ombros tensos demais. A postura dele dizia tudo o que ele não estava dizendo: que queria estar mais perto, mas não queria invadir o espaço dela. Algo raro — porque Kael não era do tipo que recuava.
Leon ficou mais próximo, mas não se sentou. Apenas observou Elara, atento como se a respiração dela fosse um enigma que ele precisasse decifrar.
E foi Leon quem quebrou o silêncio primeiro.
— Você ficou mesmo — ele disse, com uma suavidade que quase escondia o nervosismo. — Achei que pudesse mudar de ideia quando chegasse aqui.
Elara ergueu os olhos.
— Eu