O nome dela nos quebra. Ele fecha os olhos, e eu vejo os cílios molhados.
— Ela sente você se afastando. Mesmo com você ainda aqui — digo, minha voz falhando. — Como se o mundo já estivesse ensinando a ela o que é perder.
Ele me puxa pra mais perto, com esforço. Me deito ao lado dele, naquela cama estreita. Apoio minha cabeça no ombro dele como fazia nas madrugadas boas. Aqueles dias em que a gente acreditava que tinha tempo.
— Do outro lado... — ele começa. — Eu acho que vou ser o vento que bagunça o cabelo dela. A brisa que toca seu rosto quando você estiver com saudade.
— Você sempre foi vento, Bennet — sussurro. — Mas também foi chão. O único lugar onde eu me senti segura de verdade.
Ele me olha. A pele dele parece quase transparente. Mas o olhar... o olhar ainda é dele.
— Sabe do que mais sinto falta? — ele pergunta.
— De quê? — sussurro.
— De te beijar com tempo. Sem medo do relógio, sem essa urgência de eternizar tudo antes que acabe.
E eu o beijo. Um beijo lento, cheio de amor