Capítulo 95

A cada exame novo, a cada laudo impresso com palavras frias que pareciam punhais, eu via o homem que amo tentando continuar inteiro por fora, enquanto se desfazia por dentro.

Ele tentava disfarçar.

— Estou bem, meu amor. — ele dizia, com aquele sorriso teimoso.

Mas o corpo dele dizia outra coisa. A voz fraquejava, o olhar se apagava devagar.

Logo, vieram os silêncios. Não por falta de amor, mas por pura exaustão.

Ele já não falava tanto. Apenas ouvia. Deixava Niyati falar sobre as fadas dos dentes, os monstros da escola, as princesas novas que queria desenhar. Ele sorria pra ela, mas com os olhos sempre distantes. Como se estivesse tentando memorizar cada detalhe. Como se já estivesse se despedindo em silêncio.

Às vezes, ouvia ele chorar no banho. Bennet achava que eu não percebia, mas eu ouvia. Cada soluço abafado cortava minha alma como vidro.

E eu também chorava. Sozinha, no escuro, e em silêncio.

Um dia, ele não conseguiu mais subir as escadas. Outro, não conseguiu segurar o garfo
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