POV Kabir
Eu já tinha amado antes. Ou achava que tinha.
Amor daqueles que a gente sente na pele, sim. Amor que grita, que toma espaço, que se confunde com desejo, com promessa, com medo de ficar sozinho.
Mas quando Saniya chegou… tudo mudou de forma. Ela não gritou, ela não prometeu. Ela simplesmente ficou.
Fez do meu caos um lugar onde dava vontade de morar. E, aos poucos, me ensinou que o amor de verdade é calmo, firme, silenciosamente corajoso.
E foi ali, na sala da maternidade, com o som das batidas de um coraçãozinho novo ecoando pelo corredor, que eu entendi o que era sentir o coração transbordar de amor incondicional.
Saniya estava pálida, exausta, com os olhos ainda úmidos de lágrimas e as mãos frias entre as minhas. E mesmo assim, sorriu quando ouviu o choro do nosso filho pela primeira vez.
— Ele tem os seus olhos — sussurrei.
— Ele tem o seu nariz torto.
Nós rimos, como quem ri depois de atravessar um deserto. E eu soube ali, sem sombra de dúvida: esse era mais um dos