O resto da tarde passou arrastado.
Antônio não comentou mais nada sobre o encontro com o pai, mas percebia-se, no jeito dele andar pela casa, que a cabeça não parava.
Eu tentei brincar com o bebê, preparar algo leve pra janta, fingir normalidade.
mas a verdade é que o ar parecia mais pesado desde que voltei.
Era como se o nome “Bezerra” tivesse deixado uma sombra dentro da casa.
Antônio estava na varanda, falando ao telefone, quando o vi mudar o tom de voz.
A expressão dele endureceu, e o olhar ficou distante, tenso.
Desligou e ficou parado por um tempo, olhando pro nada.
Quando voltei a me aproximar, ele ainda segurava o celular com força demais.
— Era o Felipe — disse, sem que eu precisasse perguntar.
— E o que ele queria?
Ele respirou fundo antes de responder.
— Meu pai cancelou todos os compromissos de hoje. Disse que precisava encontrar alguém. — Fez uma pausa curta, e o tom baixou. — Um homem.
— Um homem? Quem?
Ele balançou a cabeça.
— Felipe não conseguiu ver o r