Aurora ficou em silêncio por alguns instantes, os olhos ainda fixos na foto no celular.
Depois ergueu o olhar pra mim, com uma expressão que me desmontou — havia tanto amor e desespero contido naquele pedido, que eu não suportei a ideia de vê-la esperar mais.
— Antônio... — murmurou com a voz embargada. — Eu preciso ver ele...
Assenti sem dizer nada. Fiquei de pé, ajeitei o jaleco e respirei fundo.
— Eu resolvo isso.
Saí do quarto com passos firmes. Cada célula do meu corpo parecia gritar que aquilo era o mínimo que ela merecia — ver o filho, mesmo que de longe.
Cheguei até o posto de enfermagem e pedi pra falar com o médico de plantão. Quando ele apareceu, mantive o tom controlado, mas firme.
— Ela acordou. Está consciente, está lúcida. E quer ver o filho.
O médico tentou justificar com protocolos, riscos, o estado dela ainda frágil.
Eu respirei fundo, tentando manter a calma, mas minha voz saiu carregada de determinação.
— Doutor, eu entendo, mas ela precisa disso. Nã