Capítulo 55 –
Isaac Aubinngétorix
Foi como correr em direção ao desconhecido com o coração preso na garganta.
A porta do banheiro feminino estava entreaberta. Havia algo de errado em tudo — no silêncio repentino que substituíra o som dos saltos de Maeve, no modo como ela levou a mão à boca, no branco que se instalou no rosto onde, até então, havia rubor e firmeza.
— Maeve? — chamei, mesmo sabendo que era uma imprudência estar ali.
Nenhuma resposta.
Empurrei a porta devagar. O som da torneira aberta e um leve soluço abafado me guiaram até o fundo. Ela estava ajoelhada, apoiada na cerâmica fria, com os cabelos caindo pelos ombros como véus escuros de fragilidade. As mãos apertavam as bordas do sanitário com força, e seus olhos, quando me encontraram, estavam marejados — não de dor, mas de um susto maior que ambos queríamos admitir.
— Estou bem — ela disse, a voz fraca, quase infantil. — Foi só... um enjoo.
Me ajoelhei ao lado dela, ignorando o chão, o terno amassado, o mundo.
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