Li Wei
A noite após a cena da morte foi um inferno particular. O sono não veio. Cada vez que eu fechava os olhos, eu via o rosto de Siena, pálido e sem vida, como na cena que eu havia acabado de filmar. A dor do personagem e a minha própria dor se fundiram em uma agonia silenciosa. Eu estava de luto por um amor que eu mesmo havia ajudado a afastar, preso em um exílio autoimposto, honrando um pedido de "tempo" que estava me rasgando por dentro.
Levantei-me antes do amanhecer, o corpo dolorido da filmagem na chuva, a alma mais cansada ainda. Olhei para o meu reflexo no espelho. O homem que me encarava de volta era um estranho. Era o Imperador, o Ídolo, o Filho Obediente. Mas não era o Wei de Siena. Aquele homem havia sido deixado para trás em um apartamento em Milão.
A ideia de ir a Lijiang com Kenji parecia um esforço monumental. Eu só queria ficar no meu trailer, na minha miséria. Mas eu havia prometido. E Kenji, com sua lealdade silenciosa, merecia pelo menos isso.
—Apenas um café, Ke