Siena Dal
A adrenalina da minha decisão me impulsionou pelos dois dias seguintes. Menti para Lorenzo, dizendo que precisava de um tempo sozinha em nossa casa de campo na Lombardia para trabalhar sem distrações. Ele ficou preocupado, mas respeitou meu espaço. A mentira pesou em mim, mas era necessária.
A viagem para a China foi um teste de resistência. O voo de doze horas de Milão para Xangai foi um inferno particular. A náusea, que antes era apenas matinal, agora parecia ser uma companheira constante. O cheiro da comida do avião, o perfume da passageira ao meu lado, a leve turbulência – tudo era um gatilho. Passei a maior parte do voo trancada no minúsculo banheiro, a cabeça sobre a privada, sentindo-me miserável e terrivelmente sozinha.
*Pelo feijão*, eu repetia para mim mesma, a mão em meu abdômen. *Pelo Wei.*
Kenji foi meu anjo da guarda invisível. Ele havia me enviado instruções detalhadas e criptografadas. "Não voe diretamente para Kunming (a capital de Yunnan). Voe para Xangai.