Siena Dal
O voo de São Paulo para Paris foi a transição entre dois mundos. Deixei para trás o calor da minha família e a dor crua da minha ruptura com Wei, e vesti uma armadura de fria determinação. As lágrimas haviam secado. O coração partido foi trancado em um cofre de gelo. Agora, só havia a missão.
Não contei à minha família que estava partindo. Deixei um bilhete para minha avó, a única que talvez entendesse, prometendo que ficaria segura e que estava fazendo o que precisava ser feito. A culpa me corroeu, mas a necessidade de agir era mais forte.
Encontrei Luna no saguão de um hotel ridiculamente luxuoso em Paris. Ela estava diferente da última vez que a vi em Milão. Havia uma nova confiança em sua postura, um brilho em seus olhos. O tempo no deserto com seu sheik a havia transformado.
—Você parece péssima—, ela disse, em vez de um olá, me envolvendo em um abraço apertado.
—É um prazer te ver também, irmã—, murmurei em seu